Prevenção

O que é um CLGRD?

É um grupo formado por 18 pessoas da mesma aldeia, Povoação, Localidade, Posto Administrativo que se dedica, voluntariamente, a actividades no âmbito da Gestão do Risco de Desastres.

Quando é que se forma um CLGRC?

  • O CLGRD é formado muito antes de acontecer um Desastre, através de uma análise local e participativa do risco tendo em conta os eventos históricos.
  • Para um funcionamento eficaz do CLGRD é fundamental a articulação com o governo local.

Missão do Comité
Organizar-se para orientar a comunidade a desenvolver acções de Prevenção, Mitigação e Prontidão para fazer face às calamidades.

Função do Comité
Junto com a comunidade, identificar as ameaças existentes localmente para desenho e implementação de actividades de prevenção, preparação e resposta.

Estrutura

O Comité Local de Gestão de Risco de Desastres (CLGRD) deve ter uma estrutura que permita garantir um processo participativo, com capacidade na tomada de decisões e acções no processo de GRD.
O comité deve ter um plano de acção para melhor responder as necessidades de comunidade e os seus membros devem Participar activamente em todas as actividades.
O Plano de acção é constituido por: histórico dos eventos ocorridos, planos de prevenção prontidão e mitigação, mapa de recursos, mapa de risco.

Perfil dos membros de CLGRC

  • Pessoas voluntárias (que estejam disposta a trabalhar sem nenhuma remuneração);
  • Pessoas respeitadas na comunidade e pelas autoridades comunitárias;
  • Pessoas dinâmicas, criativas, motivadores, pro-activas e solidárias;
  • Com conhecimento dos problemas da sua comunidade ou região.

Estrutura do CLGRC:

Coordenador
Coordenador – Adjunto

7 grupos de trabalho:

  • Responsável do Kit;
  • Escuta pela Rádio;
  • Aviso Prévio;
  • Evacuação;
  • Busca e Resgate;
  • Abrigo;
  • Gestão de informação e Avaliação de Danos e Necessidades – ADAN;

Comités Existentes em Moçambique

Realização de Simulações

Simulação é um exercício realizado anualmente pelas delegações provinciais do INGC para avaliar o nível de prontidão dos comités perante a ocorrência de um evento extremo.
Este exercício deve ser realizado sempre antes da época chuvosa.

Exemplo de Simulações Realizadas

ProvínciaTipo de simulaçãoNúmero de comités envolvidos
Maputo ProvínciaCheias e Ciclones10
ZambéziaCheias12
SofalaCheias e ciclones8
GazaCheias15
InhambaneCiclones 7

SAP – Sistema de Aviso Prévio

O sistema de aviso prévio (SAP) é todo um conjunto de instrumentos que visam alertar, com antecedência, à população sobre a ocorrência dum fenómeno que pode provocar danos humanos e materiais.

SAP comunitário é aquele em que a comunidade intervém activamente na gestão do sistema (recolha, analise e divulgação de dados sobre precipitação e do nível dos rios) e é um elemento importante para a redução de risco de calamidades pois, quando ocorre um desastre, geralmente são as comunidades que tem a grande responsabilidade de dar a primeira resposta antes da situação de emergência.

O objectivo primordial do sistema de aviso prévio comunitário que o INGC tem vindo a desenvolver, é capacitar as pessoas e as comunidades para que respondam de maneira oportuna e adequada aos perigos/ameaças com o fim de reduzir o risco de morte e danos materiais.

Para que sejam eficazes, os alertas não só devem ter uma base científica e técnica sólida, mas também devem centrar-se principalmente nas comunidades expostas ao risco. Em casos de ameaças meteorológicos e hidrológicos, o INAM e a DNGRH, são actores essenciais no desenvolvimento de informações credíveis de aviso de fenómenos.

O alerta/aviso num sistema de aviso prévio comunitário tem que ser:

a) compreendido claramente pelas pessoas;

b) facilmente acessíveis as pessoas;

c) oportuna e vinculada a medidas a tomar pelas pessoas antes, durante e depois do evento.

Para construir a resiliência ao nível da comunidade através de SAP comunitário completo e eficaz é fundamental tomar em conta quatro elementos inter-relacionados:

  1. Conhecimento de risco que enfrentam;
  2.  Uma vigilância técnica e um serviço de alerta;
  3.  Difusão de alerta claros para aqueles que estão em risco;
  4. Capacidade Local para responder frente ao alerta recebido;

Qualquer nó de estrangulamento que ocorra em qualquer dos elementos acima mencionados poderá resultar na falha de todo o sistema.

As comunidades estão expostas e são vulneráveis aos riscos resultantes de várias ameaças. É importante que os próprios membros da comunidade estejam cientes desses riscos e vulnerabilidades.

Uma das formas de desenvolver essa tomada de consciência e entendimento no seio da comunidade é mediante a avaliação do risco e através de exercícios do risco para ajudar a definir prioridades em termos das ameaças que devem merecer a atenção do sistema de alerta prévio e orientar as actividades de preparação para a resposta, bem como a prevenção do desastre.

Ao mesmo tempo devem ser envidados esforços para apoiar a evolução dos mecanismos de monitoramento e alerta tradicionais e garantir a sua adaptação aos contextos e ameaças em constante evolução.

Quando as comunidades locais usam tecnologia acessível para fazer o rastreio de algumas ameaças, tais como o nível do rio, os medidores dos índices da precipitação, elas podem monitorar as ameaças e recorrerem a etapas simples previamente acordadas para iniciar os alertas. Estes podem até servir para alimentar sistemas de monitoramento de maior envergadura.

O alerta/aviso tem de chegar as comunidades/populações que estão em risco. São essenciais mensagens claras que contenham informações simples e úteis de modo a permitir respostas adequadas e atempada, que ajudarão a salvaguardar vidas e meios de subsistência.

É necessária a utilização de múltiplos canais de comunicação (ex. radio, televisão, sirenes, sinos, megafones, etc) para garantir que o maior número de pessoas possíveis seja alertado, de modo a evitar a falha de qualquer canal, e reforçar a mensagem de alerta.

É essencial que as comunidades, respeitem os serviços de alerta. As comunidades precisam de saber como reagir quando receberem avisos dos serviços de alerta. Isso deve ser o resultado de actividades de educação e preparação para a resposta realizada com a comunidade (ex. revitalização de CLGRC, simulações, etc). Nos últimos anos, a DPM tem vindo a potenciar as bacias hidrográficas do Limpopo, Búzi, Save, Licungo, e Messalo de meios tecnológicos (estações climatológicas, escalas hidrométricas convencionais e comunitárias, sensores comunitários, rádios de comunicação e recentemente com sirenes electronicas) que actuam na redução de risco e preparação de desastres, com o objectivo de proteger as pessoas, seus meios de vida expostos a perigos.

Sirenes Electrónicas

Sirenes electrónicas são amplificadoras electrónicas potentes dos sinais sonoros, à semelhança dos amplificadores nos sistemas áudio privados. No entanto, trabalham com potências muito mais altas e devem cumprir requisitos específicos em relação à extrema fiabilidade exigida e a modos diferentes de comando. Os altifalantes destes amplificadores estão situados em sono-flectores de desenho especial e tocam os sinais na memória digital da sirene ou os sinais conduzidos à sirene das fontes externas – microfone, telefone, estação de rádio, emissão de televisão normal.

Foram instalados em 2018, 4 sistemas de sirenes electrónicas, nomeadamente:

  1. Em Lionde, Distrito de Chokwé;
  2. Na Cidade Baixa de Xai-Xai;
  3. Em Chilaulene, na Cidade de Xai-Xai;
  4. Em Maniquenique, Distrito de Chibuto.
  • Cada sirene tem: 150W:
  • 8x150W=1200W.
  • Alcance: 3km de voz
  • 18km de alarme

55dB – Conversa normal a 2m.

Fig. 1 Sirene Electrónica

Sensores de Alerta Comunitário

Um sensor é um dispositivo capaz de detectar/captar acções ou estímulos externos e responder em consequência. Estes aparelhos podem transformar as grandezas físicas ou químicas em grandezas eléctricas, ou seja, tem a capacidade de detectar a subida do nível da água no rio, dependo do ajuste do sensor durante a instalação, acciona um alarme sonoro acompanhado por um sinalizador luminoso para alertar a comunidade local sobre eventual calamidade.

Fig 2: Sensor de Alerta Comunitário
Fig 3: Composição de Sensor de Alerta

Locais Onde Foram Montados Sensores e Escalas – 2020

NB: Importa salientar que as Bacias Hidrográficas de Save, Limpopo, Licungo e Messalo foram instalados sensores de alerta comunitário nos anos 2017 e 1019, no entanto, dado o período longo ou extensivo do ano de instalação conjugado com a manutenção preventiva dificultaria ou quase que inexistentes os mesmos equipamentos encontram-se num estado obsoleto, ou seja, inoperacionais estando a carecer de uma manutenção correctiva ou mesmo de instalação de novos sensores melhorados (GEOSAP PLUS).

Comités Locais

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Prognóstico