“Caso as tendências actuais se mantenham, o número de desastres no mundo poderá aumentar para 560 por ano até 2030, o que significa um incremento na ordem dos 40% durante o período de vigência do Quadro do Sendai”, disse hoje em Maputo, a presidente do INGD, Luísa Celma Leque, durante a Reunião para avaliação do relatório voluntário de Moçambique na revisão intercalar da implantação do quadro de SENDAI para redução de riscos de desastres 2015-2030.
A responsável começou por recordar que, nos últimos anos, o país tem sido fustigado por eventos de grandes magnitudes que provocam situações de emergência, acrescentando que a época chuvosa e ciclónica prestes a terminar não foi Excepção.
“Ela foi caracterizada por ocorrência de fenómenos que provocaram emergências um pouco por todo o país, o que exigiu mais uma vez a entrega abnegada de todos nós para salvar vidas e minimizar o sofrimento da população”, disse.
De seguida, revelou que dados globais do Escritório das Nações Unidas para Redução do Risco de Desastres, apresentados em 2022, indicam que, anualmente, as perdas económicas directas por desastres aumentaram de cerca de 70 mil milhões de dólares nos anos 90 para 170 mil milhões de dólares nos anos 2010.”Os desastres não respeitam fronteiras.
A mudança e variabilidade climáticas mostram-nos que um comportamento isolado de um país pode originar consequências globais de origem climática, biológica e até tecnológica”, anotou. Destacou ainda que, apesar das adversidades internas, como os fenómenos naturais severos e recorrentes e as ameaças globais como “a COVID-19, há avanços consideráveis sobretudo na meta relativa ao aumento de estratégias locais para a redução do risco de desastres, com a aprovação e implementação da Lei 10/2020 de Gestão e Redução do Risco de Desastres e seu regulamento, do Plano Director para a Redução do Risco de Desastres, do Plano de Protecção Financeira contra Desastres, da Politica e Estratégia de Gestão de Deslocados Internos, entre outros instrumentos.
O encontro hoje realizado tem como propósito fazer o levantamento dos progressos, dos desafios enfrentados e das questões emergentes após 2015, tendo em conta às mudanças no contexto da implementação do Quadro de Sendai.